terça-feira, 6 de março de 2012

Golpe militar ou teocracia a vista? Tá na hora de reagir!!!! parte II

 
fonte da imagem: http://pimentacomlimao.wordpress.com/category/justica/
Continuando a nossa série de posts sobre os inimentes riscos que atualmente estamos enfrentando no Brasil, falemos agora de um grande risco, fantasma e mancha vermelho sangue em nossa história, ameaça de uma ditadura militar.

É realmente difícil lidar com um assunto tão forte e impactante, mas estaríamos realmente muito longe de uma nova ascensão militar?

O PASSADO ENSINA


Para analizarmos essa questão, inevitavelmente devemos voltar um pouco ao passado, mexer em algumas tumbas e revirar alguns cadáveres que parecem ter sido esquecidos por grande parte de nosso povo.
Em 1964, apoiado pelo governo americano e sob uma bandeira de contra-revolução comunista, as forças armadas brasileiras distituíram do presidente da república João Gulard (Jango), fecharam o congresso e então tomaram a liderança do país. Por tras dos panos estavam as reformas de base propostas pelo presidente e que aos olhos militares e americanos era um caminho sem volta a um sistema comunista e foi também embasado por uma parcela elitista e católica da população que futuramente colheu os frutos de sua conivência, se tornando vítimas da mesma ditadura e voltando-se contra ela.
Durante os negros 21 anos que se seguiram, toda e qualquer manifestação popular ou cultural que contrariasse o governo militar era duramente punido a tiros, torturas, extradições e execuções, na tentativa de com isso manter longe do poder os partidários do comunismo e também sua própria visão de ordem e disciplina da população.
Durante esse período, coisas comuns em nossos dias, como organizar uma passeata, escrever um manifesto ou uma música de protesto era o equivalente a assinar o próprio atestado de óbito, a imprensa, quando não apoiava o regime era censurada duramente, sendo avisada as vezes antes mesmo do ocorrido, que sua divulgação estava proibida, bem como qualquer citação sobre o caso.
Não me extenderei demais sobre o assunto, visto que não faltam fontes das mais variadas ordens que tratam todos os detalhes sórditos desse nosso recente passado. No entanto, para o desenvolvimento do raciocínio, se faz necessário destacar alguns pontos:
1. A parte elitista e conservadora da população na época, apoiou os militares contra uma postura corrupta que a fazia sentir ameaçada.
2. Houve não só apoio intelectual, mas também estratégico e militar dos Estados Unidos.
3. Até a instalação do AI-5 (Ato Institucional número 5), grande parte da população, como os que apoiaram a ascensão militar, não se dava conta do inimente perigo a todas as suas liberdades e direitos.
4. O principal alvo inicial dos censores eram os estudantes univesitários, considerados linha de frente em todos os movimentos populares.

Para mais detalhes sobre essa época, recomendo o documentário abaixo que destaca inclusive a participação americana no golpe de 64, chama-se "O dia que durou 21 anos":

Caso não tenha percebido, as semelhanças de tudo dito até aqui sobre 64 e os dias atuais são alarmantes e a sociedade como um todo, assim como em 64 acredita que tudo vai bem, quando não, assim como no passado também chega a insunuar um saudosismo dessa sangrenta época.
Tamanha foi minha surpresa quando, frente a tensão atual entre militares reformados e o governo federal, muitas pessoas tomaram partido dos militares, justificando que até eles seriam uma opção cogitável frente ao nível de corrupção em nosso governo.
Em especial nos últimos meses, os governos de todas as esferas vem endurecendo de forma absurda sua postura através de leis e muitas vezes violando as mesmas. Temos casos como Pinheirinhos e uma dezena de réplicas idênticas menos visadas, onde vemos governos municipais, estaduais e tribunais estaduais descaradamente rompendo pacto federativo, desobedecendo ordens federais, violando direitos humanos e a constituição. Temos visto Universidades de tradição em ativismo como a USP sendo cercada, vigiada e pressionada pela Polícia Militar com cenas de preconceito e violência gratuita, assim como recentemente a invasão e interdição parcial da UFF no RJ por conta dos protestos pelos aumentos abusivos por parte da Barcas S.A., tentatias constantes de aprovação de leis autoritárias de censoras como a lei Anti-Games, a lei Azeredo e outros projetos de lei ainda mais escabrosos que tramitam pelo senado e pela câmara.
Fechando com chave de ouro, escondido em meio a Copa de 2014 e seus esquemas, vem aí a lei apelidada de AI5 da Copa, que restringirá e limitará greves, criminalizará manifestações populares, cria categorias criminais que até então não existem como por exemplo "terrorismo" e outras coisas que vem, até então não aceitas no Brasil em um pacote esportivo e temporário, que pode, atraves de uma rápida e secreta votação se tornar definitivo, trazendo de volta os negros dias da censura.

Frente a isso tudo eu me pergunto. Está realmente tudo bem? Quanto mais teremos que mergulhar nesse pesadelo até acordarmos para a realidade mascarada por "pão e circo"? Quando afinal iremos reagir?

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