É, quando alguém sugere deixar o povo falar e decidir sobre seu futuro, as retaliações não tardam mesmo.
Não é de se estranhar que depois de convocar o povo grego para decidir sobre o "sim ou não" a escravatura financeira e social que insiste em ser imposta ao país, o mais certo seria mesmo uma pressão internacional sobre o governo por conta da decisão, mas parece que o desespero é tanto que o tom passou do esperado e passaram a claras ameaças, caso o referendo seja mantido, o que já balançou algumas opiniões internas do governo grego.
Até chegaram a fazer declarações "bonitinhas" de que deixar o povo decidir é sempre uma forma de democracia e é sempre louvável, mas durou pouco e se limitou a isso. Agora a UE, em especial a França, que também anda na berlinda, e a Alemanha engrossam o tom, juntamente como os bancos, sempre os malditos bancos.
"Durante reunião em Cannes, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disseram ao primeiro-ministro grego, George Papandreou, que Atenas não receberá um centavo a mais em ajuda até que o país prometa cumprir o combinado com a zona do euro. A Grécia deveria receber uma parcela de empréstimos de 8 bilhões de euros neste mês."
A ameaça se centra no cancelamento do referendo e declarações completamente anti-democráticas se multiplicam a um ponto assustador, mesmo dentro do governo:
"No retorno de Cannes com Papandreou, o ministro Evangelos Venizelos fez uma declaração desafiadora, dizendo que a participação da Grécia no euro é um alcance histórico que "não pode depender de um referendo".
Venizelos não foi informado de que seria feito um pedido de referendo, e uma fonte do Ministério das Finanças disse que ele é contra arriscar uma votação popular nesse momento crucial.
"Sob as condições atuais, um referendo é exatamente o que o país não precisa", disse a fonte à Reuters."
É impressionante tanto a certeza da resposta popular quanto o medo que causa ela ser ouvida as forças interessadas. Depois de tanto lutar e gritar, enfim o povo tem a chance de decidir sobre seu futuro e não mais aceita o sistema de escravidão que vem sendo-lhe imposto, resta saber se o governo grego aguentará a pressão mesmo frente a essas ameaças ou cederá, o que não vai ser nada bom para eles. A decisão em sí é... enfrentar a UE em nome do povo ou enfrentar o povo em nome da UE...
AnonSnake
fonte: http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2011/11/03/zona-do-euro-contempla-futuro-sem-grecia.jhtm
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